quarta-feira, 30 de junho de 2010

Trabalhadoras e trabalhadores da Unicamp defendem Mario Bigode

Nosso incansável militante

Mário Martins de Lima,o Mário Bigode, funcionário da Unicamp há 30 anos, sempre esteve envolvido em todas as greves, em todas as lutas dentro dessa universidade , independente de qualquer que fosse a tendência política que estivesse a frente da diretoria do sindicato. Defensor do serviço público, da universidade pública e sobretudo dos servidores públicos, seja nas reivindicações salariais, seja contra o assédio moral praticado diariamente por chefias, que agem com seus subordinados como se estes fossem seus empregados particulares, seja denunciando irregularidades no serviço público, como deve ser o papel de todo servidor público, orientado pelo sindicato.

Diante da situação absurda desse companheiro de luta estar sendo acusado pela diretoria de nosso sindicato de racista e machista, numa total inversão de papéis, onde aquele que sempre defendeu os trabalhadores, fossem homens , mulheres, brancos ou negros, ser colocado como algoz em uma uma greve que dura mais 40 dias estando aqui em evidência motivos políticos, disputa política. Esse nosso militante durante todos os dias dessa greve enfrentou a burocracia sindical a que estamos submetidos, lutou contra um sindicato que em todos os momentos tenta manobras para que a luta de fato não seja encaminhada, luta para que o boletim não reflita a indignação dos servidores diante da quebra da isonomia e sim tenta nos empurrar uma falsa vitória, falsas conquistas, quando sabemos a tragédia que paira sobre nossas cabeças enquanto servidores públicos, com a terceirização imperando dentro da Unicamp, onde uma firma particular tem mais poder que um diretor de unidade, com os reitores criminalizando uma greve que ainda não havia sido deflagrada. Esse nosso militante vociferou durante todos esses dias contra essa prática da diretoria do sindicato dos trabalhadores da Unicamp, diretoria essa que responde com acusações caluniosas de racismo e machismo, por isso vimos a público, funcionários do IFCH e outras unidades defender o companheiro Mário, como ele faria com qualquer um de nós.

Gostaríamos de narrar alguns episódios de luta e enfrentamento cotidiano, travado por esse companheiro em seus últimos anos de militância, muitas vezes solitária dentro do IFCH. Incansável militante que reage diante de toda e qualquer situação de injustiça, humilhação e exploração de seus colegas de trabalho ou mesmo de companheiros de luta , como são os estudantes.

Nos anos 90, durante a gestão dos professores João Quartim de Moraes e Armando Boito Jr., nosso companheiro Mário se indigna e debate com os funcionários a condição absurda que estava submetida a nossa então copeira, ainda não terceirizada, Dona Maria, que com saúde debilitada era obrigada a subir ao segundo andar onde se localizava a cozinha. Apenas uma pequena vontade política, sem muito ônus para o instituto, resolveria a questão, mas foi preciso, reunir funcionários, discutir, convencer de que era possível com uma simples transferência da cozinha para o piso inferior acabar com o sofrimento diário de uma servidora, mulher, com idade avançada, cardíaca. A luta foi feita e foi ganha.

Nessa mesma gestão esse incansável militante enfrentou a ira dos diretores com sede de punição às funcionárias que, ocupando cargo de confiança, participaram de uma greve, onde foi encaminhado todo o trabalho que a comissão de ética havia aprovado como essencial. Ao final da greve veio a punição e lá estava o Mário, organizando os funcionários para que fizéssemos a defesa e se não conseguíssemos, reverter as punições. Ou pelos menos a denúncia seria feita, e assim, durante um seminário que reunia vários marxistas no IFCH, entramos em silêncio com nossas faixas, denunciando as perseguições de estudiosos de movimentos sociais aos trabalhadores grevistas.

O Mário foi o único funcionário do IFCH que enfrentou chefes, professores e diretores para denunciar, mostrar, pedir que já que não conseguimos lutar contra a terceirização que pelos menos seja dado condições dignas as trabalhadoras, mulheres, negras que são submetidas a serviços indgnos, como vimos, obrigadas a esfregar paredes imundas, emboloradas, sem pintura há mais de 30 anos, ajoelhadas no chão. O Mário foi o único funcionário que tomou pela mão o diretor do arquivo para mostrar a situação indigna e humilhante de semiescravidão, ao que ele mandou que parasse imediatamente. Foi o único funcionário que defendeu a funcionária Marineide Barbosa, Funcamp, com problemas sérios na coluna, adquiridos por ter trabalhado anos na faxina, antes que a terceirização se instalasse completamente, e que trabalhou muitas vezes chorando de dor. Foi o Mário o único que chamou a chefia e a direção do instituto para que tomassem providências junto a outras funcionárias, onde haviam também mulheres e negras para que não deixassem o serviço pesado para alguém com problemas de saúde e que hoje infelizmente nos faz muita falta por ter sido demitida, mesmo estando grávida. Foi esse incansável militante que lutou incondicionalmente, contra o assédio moral, ocorrido dentro do AEL, por chefias que acreditavam que cargos lhes dão a prerrogativa de controlar o que o funcionário pensa, em quem vota, pra onde olha, com quem almoça, com quem se relaciona em seu ambiente de trabalho. Defende e defendeu todas e todos funcionários perseguidos após um término de uma greve.

Para não esquecer de nossos companheiros de lutas, os estudantes. Lutou com eles e por eles, quando dentro do arquivo, após o término de uma greve uma chefia achou oportuno que estudantes com bolsa trabalho fizessem a reposição dos dias de nossa greve, que nem mesmo nós havíamos reposto, uma vez que nem julgada foi, chefes que querem ter mais poder que o próprio reitor , que na ocasião, não descontou dias de nenhum grevista, e lá estava o Mário para infortúnio dos ‘responsáveis’ em defesa dos estudantes, diante de um fato surreal, estudantes repondo dias de greve de funcionários, o que após inúmeros argumentos com a direção, ordenou que parasse tal absurdo.

É aliado a eles que o Mário luta diariamente contra a terceirização, seja a escravidão impostas a essas mulheres brancas e negras que não podem nem sequer conversar com os estudantes, que não podem faltar nem com atestado médico, pois perdem a minguada cesta básica que complementa seus míseros salários. Em 2007 os nossos aliados, os estudantes tomaram o IFCH em barricadas, contra os decretos do governador Serra, em defesa do instituto, pela abertura de concurso para funcionários e professores, era um última recurso para que os professores parassem para discutir o caos que estava e está nosso instituto. Ao chegarmos no IFCH em maio de 2007, ficamos atônitos, todas as entradas estavam intransponível, as salas de aula estavam vazias, pois as cadeiras bloqueavam todas as entradas, ficamos perplexos sem saber o que fazer.

Lá estava esse incansável militante, nos dando a direção: “Não vamos fazer papel de polícia, não podemos fazer barricadas, pois contra nossa cabeça existe uma comissão processante, sempre desejando nos processar, só nos resta apoiar, enquanto eles mantiverem as barricadas, nós não entramos, a nós não cabe ir contra os estudantes, já que eles aqui nos defende, luta pela abertura de concurso e contra a terceirização.”

Conduziu a greve de apoio aos estudantes, única que já houve nessa universidade, conduziu até o fim, mesmo sem o apoio da diretoria do sindicato.

Questiona todo prejuízo causado ao instituto pelas firmas terceirizadas, questiona todo o mal uso do dinheiro público, todo desperdício de recursos públicos, papel de todo servidor , inclusive e principalmente da diretoria do sindicato.

Nosso incansável militante está prestes a se aposentar, poderia como tantos pensar em ficar bem longe do trabalho, bem longe da Unicamp, mas não, está envolvido visceralmente com todas nossas mazelas do dia a dia: terceirização, falta de funcionário, quebra da isonomia, assédio moral etc… defende incansavelmente em todos os lugares, em todas as reuniões, assembléias, comissões, com alunos, professores e funcionários a luta pela abertura de concurso, pois somos espécie em extinção, e sobretudo o concurso de fato público, sem entrevista, pois se houver, essa será para fazer valer a vontade do entrevistador, onde prevalecerá a discriminação e o preconceito, onde provavelmente não serão aprovadas mulheres, negras, grávidas e se for , será em uma classificação que nunca serão convocadas.

Ao nosso incansável militante pedimos que fale, que discurse, que grite a plenos pulmões , aos brados, aos quatro cantos, pela defesa do serviço e do servidor público, seja qual for seu sexo, sua raça, sua cor.


Assinam esse documento, até o momento

Funcionários:
1.Maria Dutra de Lima - IFCH
2.Benedito Gambetto – IFCH
3.Marcílio César de Carvalho - IFCH
4.Fabrício Angel Nardi - IFCH
5.Elaine Luiza Pereira – IFCH
6.Maria Lima – IFCH
7.Paulo Roberto de Oliveira – IFCH
8.Fabio Guzzo – IFCH
9.Nilton Betanho – IFCH
10.Carolina Ap. Macedo – IFCH
11.Luis Carlos Oliveira - IFCH
12.Irene H.H. Matssusato – IFCH
13.Marli de F. Rodrigues Reis – IFCH
14.Sonia B. M. Cardoso - IFCH
15.Maria Aparecida Vieira Pereira - IFCH
16.Maria Teresa Sousa Silva - IFCH
17.Isabel Cristina Maia – IFCH
18.Roberta de Moura Botelho – IEL
19.Patrícia Cano Saad – IEL
20.Renata Lopes Prates – FEA
21.Isabela - BC
22.Marcelo Rocco - IFCH
23.Cristina F. Faccioni IFCH
24.Elizabeth Solange IFCH
25.Maria Rita Gandona IFCH
26.Emerson Marques IFCH
28.Eliana Sumi DGA
29.Geraldo Witeze Jr DGA
30.Gustavo Henrique Sampaio DGA

Carta de Apoio ao Mário (IFCH)

Na assembléia de funcionários, realizada no dia 21/junho (2ª feira), fomos expectadores de uma das cenas mais vexatórias e deprimentes vistas no cenário político da Universidade nos últimos anos. O “nosso” sindicato que por diversas vezes se posicionou contra a continuidade da greve, desta vez conseguiu se superar: levou para a Assembléia, numa clara tentativa de desarticular o movimento grevista e de desmoralizar um de seus líderes, uma denúncia de racismo e de assédio moral contra a jornalista do STU. O Companheiro Mário Bigode foi acusado após discutir com a jornalista sobre questões aprovadas pelo comando de greve que deveriam constar do boletim do sindicato.

Mário Martins de Lima, conhecido como Mário Bigode (agora sem bigode) é uma das figuras mais conhecidas em toda a Unicamp, e ele se destaca não somente pela retidão do seu caráter, como também pela veemência e às vezes até pela intransigência com que defende as suas convicções. Quem conhece o Mário Bigode não consegue imaginá-lo discutindo política serena e moderadamente com quem quer que seja: Diretores de Unidade, Chefias Imediatas, grupos de estudo ou de trabalho, Diretores do sindicato ou jornalista do STU.

O Mário se caracteriza por falar alto e de forma incisiva e quando defende uma posição política o faz com tanta paixão e veemência, que muitas vezes sua determinação pode ser confundida com arrogância, mas, nem mesmo os seus mais ferozes inimigos políticos ousam acusá-lo de preconceituoso, machista e racista. Isto porque ele construiu uma história de vida pública dentro e fora da Unicamp. Uma história que não começou ontem. Uma história que é escrita todos os dias com atitudes concretas que falam muito mais alto do que qualquer denúncia vazia. Quem conhece o Mário, pode até não gostar dele, mas, com certeza todos reconhecem o seu caráter incorruptível e a sua determinação na luta contra a opressão e o desrespeito que os trabalhadores, independente de raça ou gênero, sofrem no cotidiano das relações de trabalhos.

Nós, funcionários do IFCH, que convivemos com o Mário diariamente conhecemos a retidão do seu caráter, assistimos a sua batalha diária, muitas vezes solitária, quase suicida, na luta contra o sucateamento do serviço público, na defesa de melhores condições de trabalho para todos, inclusive e principalmente para os terceirizados, que são vitimas de um sistema opressor, que visa o lucro em detrimento do humano. Com o Mário, seja nas greves ou nas nossas lutas do dia-a-dia, estamos aprendendo a defender com dignidade os nossos direitos, os nossos salários e também, a “nossa” Universidade, para que ela se mantenha pública, gratuita e de qualidade.

Ainda que, em alguns momentos, tenha passado por nossas cabeças se tanta luta valeria à pena, agora, acredito que, tanto o Mário como todos que o conhecem, podem dizer com absoluta certeza que sim, valeu a pena lutar. Lutar por um ideal, por um sonho de igualdade, pela verdade e pela justiça. Há momentos em que não importa tanto se a luta será vitoriosa ou não, o importante é lutar, se fazer ouvir, registrar a sua indignação e se manter íntegro, de cabeça erguida. Nós aprendemos isso com o Mário e agora chegou o momento do retorno, precisamos deixar muito claro que não será tão simples assim destruir com palavras e acusações a integridade de um homem que tem uma vida inteira construída com coragem e honestidade. Como seria possível acreditar que o Mário, a pessoa que incansavelmente nos ensina e nos oferece instrumentos de luta contra toda e qualquer forma de opressão, seja o protagonista de uma cena de assédio moral e de preconceito racial?

Por último, gostaria imensamente que a comissão de caráter educativo constituída na Assembléia para discutir o assunto possa nos ajudar a identificar, de forma clara e objetiva, a diferença entre uma situação onde a pessoa realmente foi vitima de racismo e/ou assédio moral, de outra, onde a pessoa está apenas se utilizando de um instrumento legal para evitar o desconforto e o constrangimento natural, que qualquer profissional no exercício da sua função, independente de sua raça, sexo, condição sexual ou religião, estará sujeito a enfrentar após apresentar um trabalho executado de forma inadequada.


CHRIS COM O APOIO DOS COMPANHEIROS DO IFCH (23/06/2010)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Moção dos trabalhadores da USP de São Carlos

Moção de apoio a Mario Bigode

Durante a última semana uma série de fatos ocorreram na UNICAMP no sentido de desmoralizar o companheiro Mario Bigode, trabalhador da UNICAMP e grande ativista nas lutas a favor da Universidade pública, gratuita, de qualidade e para todos, assim como por melhores condições de trabalho e de sociedade de forma geral, somando mais de 30 anos de engajamento intenso na militância política.

A Assembléia de trabalhadores da UNICAMP, por conhecer tal trajetória, reconheceu Mário como legítimo representante para realizar funções de comunicação junto ao Sindicato dos Trabalhadores da UNICAMP (STU), visto que sua presença nas tarefas de diálogo com a imprensa e de elaboração dos boletins do Sindicato foram, desde sempre, de grande valia para o movimento. Porém, essa sua tarefa vêm sendo autoritariamente tolhida nos tempos de greve, e esse trabalhador vêm sendo perseguido por causa de sua oposição, sempre baseada em decisões de Assembléia. Na assembléia dos trabalhadores da Unicamp de segunda-feira (21/06), este mesmo grupo autoritário tentou desqualificar o companheiro com graves acusações, tendo como objetivo tirar o mandato votado em Assembléia de participação no comando de greve, o que acabou por não ocorrer, pois a maioria dos presentes reafirmaram sua participação nesta instancia, por reconhecerem, como nós, sua importância e comprometimento nessas tarefas.
Reconhecemos a assembléia como um espaço legitimo de expressão de opiniões e posições, assim como a maior instancia de deliberações dos trabalhadores, devendo estas ser respeitadas e acatadas.

Por todos os motivos já citados e em defesa das deliberações da Assembléia dos Trabalhadores da UNICAMP, a assembléia dos trabalhadores da USP – São Carlos, realizada no dia 25 de Junho de 2010, considera a atitude do companheiro Mario Bigode coerente devido à demonstração de respeito à democracia e não merecedora de tais coibições.

Assembléia dos trabalhadores da USP – São Carlos

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Moção DCE-Unesp/Fatec

Moção de apoio a Mario Bigode

Durante a última semana uma série de fatos ocorreram na UNICAMP no sentido de desmoralizar o companheiro Mario Bigode, trabalhador da UNICAMP e grande ativista nas lutas a favor da Universidade pública, gratuita, de qualidade e para todos, assim como por melhores condições de trabalho e de sociedade de forma geral, somando mais de 30 anos de engajamento intenso na militância política.

A Assembléia de funcionários da UNICAMP, por conhecer tal trajetória, reconheceu Mário como legítimo para realizar funções de comunicação junto ao Sindicato dos Trabalhadores da UNICAMP (STU), visto que sua presença nas tarefas de diálogo com a imprensa e de elaboração dos boletins do Sindicato foram, desde sempre, de grande valia para o movimento. Porém, essa sua tarefa vêm sendo autoritariamente tolhida nos tempos de greve, e esse trabalhador vêm sendo perseguido por causa de sua oposição, sempre baseada em decisões de Assembléia. Na assembléia dos trabalhadores da Unicamp de segunda-feira (21/06), este mesmo grupo autoritário tentou desqualificar o companheiro com graves acusações, tendo como objetivo tirar o mandato votado em Assembléia de participação no comando de greve, o que acabou por não ocorrer, pois a maioria dos presentes reafirmaram sua participação nesta instancia, por reconhecerem, como nós, sua importância e comprometimento nessas tarefas.

Reconhecemos a assembléia como um espaço legitimo de expressão de opiniões e posições, assim como a maior instancia de deliberações dos trabalhadores, devendo estas ser respeitadas e acatadas.

Por todos os motivos já citados e em defesa das deliberações da Assembléia dos Trabalhadores da UNICAMP, consideramos a atitude do companheiro Mario Bigode louvável devido à demonstração de respeito à democracia e não merecedora de tais coibições.

Todo apoio à construção de uma oposição ao STU!

Diretório Central dos Estudantes da UNESP e da FATEC

Apoio de funcionária da Creche da Unicamp

CARTA DE APOIO AO COMPANHEIRO MÁRIO BIGODE

Eu, Maria de Fátima (Fafá), funcionária da Creche da Unicamp (CECI), que conheço e admiro o caráter incorruptível do Companheiro Mário Martins de Lima, quero expressar meu repúdio à nota do STU que o acusa de forma mentirosa e inescrupulosa de racismo e machismo. A nota em questão nos mostra, mais uma vez, que interesses políticos podem ser colocados acima da verdade.

O sindicato usou de manobras sórdidas para tentar destruir a imagem de um homem íntegro e corajoso, que tem uma história de luta de mais de 30 anos em defesa de mulheres e homens, negros e brancos, dentro e fora da Unicamp. O Mário sempre lutou por uma Universidade pública, gratuita e de qualidade, defendendo incansavelmente os trabalhadores não somente nos momentos de greve. Luta cotidianamente contra a terceirização e a exploração dos trabalhadores, na sua grande maioria mulheres oprimidas pelo sistema e por suas chefias imediatas.

Na creche conhecemos o Mário Bigode, não somente como companheiro de luta, nos conscientizando dos nossos direitos e nos apoiando com idéias e propostas, buscando a valorização e o reconhecimento do nosso trabalho, como também, tivemos a oportunidade de conhecê-lo como pai, sempre carinhoso com o filho, presente e participativo em todas as atividades. Com relação às funcionárias da creche, sempre nos tratou com respeito e cordialidade.

Seu jeito vibrante de expressar suas convicções sempre causou admiração, mas muitas vezes também o fez vitima de perseguições e repressões, mas isso nunca foi motivo para que ele se calasse ou se omitisse diante da injustiça e da opressão.

Uma das lições que aprendi com o Mário Bigode foi que não devemos nos calar diante das injustiças, nem ignorar ou compactuar, por conveniência ou comodismo, com situações criadas com o propósito de destruir e desmoralizar o “inimigo político”.

Quero ressaltar que o Companheiro Mário sempre poderá contar com o meu apoio na sua luta por uma sociedade mais justa e humana.

Maria de Fátima Ferreira Morais
Professora de Educação Infantil/CECI

Apoio de Val Lisboa do Jornal Palavra Operária

Caro Mario,
o conheço há poucos meses, mas sinto que sua carta e a defesa que muitas mulheres e homens honestos e combativos fazem de você contra mais uma calúnia estalinista são a prova de que meus instintos de consideração por um velho militante classista e revolucionário, que enfrentou corajosamente a ditadura militar, sem se entregar, e segue enfrentando a "democracia dos ricos", sem atravessar o Rubicão, têm base real. Ser caluniado e perseguido por ex-estalinistas (antes estavam atrelados a um estado burocratizado por uma casta que extraia seus privilégios da revolução operária)que agora não passam de agentes burgueses diretos (estão no governo capitalista, atacam a classe operária e a massa camponesa e pobre, atrelam os sindicatos e organizações operárias, estudantis e democráticas aos interesses da conciliação com a nefasta burguesia brasileira e os monopólios internacionais), financiados pelas grandes empreiteiras como Andrade Gutierreza, Camargo Correa e Cia., tendo em seu principal parlamentar (deputado federal Aldo Rebelo)a figura do agente dos desmatadores de florestas, dos latifundiários, dos destruidores do meio ambiente, por haver sido o relator do Código Florestal negociado diretamente com o agronegócio, transformando um ex-comunista (estalinista, que seja) num lobbista do agronegócio e dos monopólios capitalistas. Siga em frente, querido Mario, pois você faz parte da tradição dos revolucionários, como Trotsky e os trotskistas, que não se entregaram nem à burguesia, nem ao Estado burguês, nem ao imperialismo, sustentando a esperança de um futuro livre da opressão capitalista, portanto, livre do racismo e da opressão das mulheres e minorias. O futuro nos pertence. Aos coveiros da revolução (como Trotsky acertadamente nominava os estalinistas) seguiremos lado a lado com a classe operária e todos os verdadeiros democratas (anticapitalistas, portanto) para defender os interesses das massas, intransigentemente, seja contra as botas das ditaduras militares ou os cantos-de-sereia da democracia burguesa (para os ricos, tudo, aos pobres e lutadores, a lei, isto é, a repressão e coerção, opressão, exploração e miséria).Um forte abraço, de um amigo e camarada que muito tem a aprender com você.
VAL LISBOA

Deixe seu apoio ou recado ao Mario Bigode do AEL

Deixe nos comentários o seu relato ou apoio ao Mario Bigode do AEL/Unicamp. Se quiser, pode também enviar um email para mariobigode40anosdeluta@gmail.com.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Apoio de Mario Augusto Medeiros

Pelo Mário, sempre.

Recebi, nesta segunda-feira, mensagens do meu velho amigo Mário Martins, mais conhecido por todos como Mário Bigode. Pedia-me apoio, pois fora acusado de ser machista, racista, preconceituoso. Não acreditei. Li diversas vezes as mensagens, as explicações publicadas na internet. Continuo não acreditando.

Não tenho nenhum problema em afirmar que sou amigo, reconhecido como amigo (e me orgulho disso) de Mário Bigode. Há dez anos que nos conhecemos e nos encontramos. Trocamos ideias, discutimos - muitas vezes duramente - os assuntos mais variados. Nem sempre concordamos. Contudo, sempre nos respeitamos e continuamos amigos.

E eu que sou negro, autoreferenciado e indubitavelmente negro, receber uma carta afirmando que meu velho amigo seria racista é, no mínimo, chocante.

Mário Bigode sempre colocou em pauta, em todos esses anos que convivemos, a discussão sobre os trabalhadores no serviço público. Em particular, dos servidores públicos negros e negras, que entraram na Unicamp, por concurso, na década de 1980. Que compuseram os quadros mais variados do serviço na Universidade, especialmente no IFCH e no AEL (em que ele e eu atuamos). E que têm diminuído drasticamente, junto com o quadro dos funcionários mais geral da Universidade.

Mário Bigode foi quem me chamou atenção, muitos anos atrás, para a importância que tiveram os concursos públicos, décadas atrás, sem entrevistas, para a entrada de homens e mulheres negros na carreira do serviço público universitário. E da necessidade de defender, sempre, o serviço e concurso público, sem entrevistas, como forma de combate ao preconceito e discriminação étnico-raciais.

No Ael, onde se encontravam anos atrás o maior contingente de funcionários negros do IFCH, vi não poucas vezes Mário Bigode defender seus colegas e lutar com eles pela melhoria das condições de trabalho. A carta escrita e assinada por funcionários do IFCH, em sua defesa, não me deixa mentir.

Com ele discuti diversas vezes os mais diferentes aspectos da produção política e cultural negra no Brasil, por serem temas que nos interessam. Com ele aprendi muito sobre isso, especialmente por sua visão angulada do ponto dos trabalhadores, homens e mulheres anônimos, com quem conviveu. Negros, a maior parte, senão todos.

Acho que é desnecessário me alongar. Segue valendo o que o que escrevi sobre o Mário, meses atrás, em outro texto:

Com Mário Martins o debate é sempre franco, aberto, sem meandros, direto. Olho no Olho. Idéia com idéia, contra idéia outra idéia. Em voz alta, sem sussurros, sem modulação menor. Alguns dos seus interlocutores não concordam com o tom, melindram. Eu já discuti muitas vezes com meu xará. Já disse e ouvi coisas ásperas. E isso nunca me fez perder o respeito ou perder o seu respeito. Idéia com idéias, idéias contra idéias.
CONTRA UM TEXTO, OUTRO TEXTO. FRANCAMENTE. DIRETAMENTE. DEMOCRATICAMENTE.

Pelo Mário Martins, o Mário Bigode, Sempre.

Mário Augusto Medeiros da Silva (estudante de doutorado no IFCH).

Comando de Greve dos Trabalhadores da USP apoia Mário

Solidariedade ao companheiro Mário Bigode

O Comando de Greve dos Trabalhadores e Trabalhadoras da USP vem a público manifestar sua solidariedade e defesa do companheiro Mário Martins Bigode que foi acusado através de uma calúnia de ter cometido machismo e racismo contra uma funcionária do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, apenas por defender que as resoluções aprovadas em assembléia de trabalhadores fossem devidamente publicadas no boletim do Sindicato. Saudamos os trabalhadores que em assembléia geral defenderam a permanência de Mário na Comissão de Imprensa a qual foi eleito também em assembléia, e aproveitamos o momento para agradecer a estes mesmos trabalhadores que nos defenderam quando o STU acusou os trabalhadoes da USP de terem ocupado de forma isolada a Reitoria da Unicamp. Por fim, rechaçamos o método da calúnia utilizado pelo PCdoB através de seus sindicatos para impedir a organização de oposições combativas e classistas que se forjam necessariamente em contraposição a burocracia que hoje dirige o STU.

Comando de Greve dos Trabalhadores e Trabalhadoras da USP
22 de junho de 2010